sexta-feira, 24 de outubro de 2008

SOS Amazonias - I Forum Mundial sobre Soluçoes as problematicas das questoes dos povos da Floresta



UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE
Palestra Prof. Aliomar Pinheiro
MognoUrbano – Comunicação para o Ambiente Sadio
S O S POVOS DA FLORESTA

Algumas palavras iniciais

Para iniciar essa nossa conversa, aproveito a oportunidade para amplificar os ecos que vem da Grande FLORESTA. Em um livro lançado em 2005, intitulado: AMAZÔNIA: A menina dos olhos do mundo. Thiago de Mello faz um chamamento à razão em defesa das Amazônias. Portanto, nada mais justo do que fazer superlativos os apelos do poeta, que tem dedicado a sua palavra, os seus atos e a sua vida na luta em favor da vida que se entrelaça na rain forest.

Assim, considero oportuno apresentar hoje, além das entrevistas que fiz no inicio do ano com esse caboclo da Amazônia, algumas linhas esparsas, que tenciono iniciar hoje e alimentar com questões para debate sobre as Amazônas, que são em síntese, o eco singular e desesperado clamor à racionalidade na convivência do mundo com os povos da floresta.

O poeta escreve nas paginas inicias do seu livro. (...) “É verdade que a ameaça de devastação paira perigosamente sobre a Amazônia, sobre a vida animal e vegetal, terrestre e aquática, Ninguém pode esconder a inquietação e até a indignação contra as omissões e os erros que as autoridades brasileiras vêm cometendo, sobretudo a partir da metade deste século, contra a vida e até a alma da floresta. A incompetência e o descaso, a má-fé, estão nas raízes dos danos que ela vem sofrendo. A cobiça humana nacional e internacional, já devorou parte incalculável e em grande parte desconhecida riqueza. Pois apesar de tanta coisa ruim, é possível dizer que nem tudo esta perdido. Ou por outra: há muita floresta que ainda pode ser salva, para o nosso bem, estou dizendo para o bem da humanidade. Há de ser salva” (...) “A destruição da Amazônia é uma das grandes tragédias da historia”. Assim mesmo com o verbo no presente do indicativo, é feita esta afirmação pela revista norte-americana Time da ultima semana de setembro de 1989, que dedica a nossa floresta extensa matéria de capa. Capa por sinal Terrível: a mata incendiada ganha na foto a forma sinistra de uma CAVEIRA. Mas a afirmação da famosa revista é infeliz, para não dizer sensacionalista e pouco seria. Prefiro admitir que a intenção dos editores tenha sido a dura advertência, que alias cabe. É o que muita gente boa vem fazendo, aqui e fora do Brasil. Mas sucede que a floresta não esta destruída, a floresta não se acabou. É certo que ela vem sendo impiedosamente devorada pelo fogo. O fogo ainda não deu e nem dará conta dela. Os incêndios criminosos continuam, mas já começa a ceder. Pela extensão de verde que consumiram, cabe o alarme, mas, sobretudo, a mudança do que deve mudar. Por mais vasta que seja a sua área – 5 milhões de quilômetros quadrados – ela corre grande risco, sim. Ninguém pode negar. Mas a tragédia pode ser evitada. Reconheço que a opinião que aqui se defende leva o seu tanto de esperança: uma esperança nascida das lições da ciência – e das lições da própria floresta.

Aproveito ainda para ampliar o eco dos estudos do Cientista americano, Philip Fearnside, que há vinte anos se dedica aos estudos do bioma Amazônia. Ele afirma “é perigoso afirmar que a floresta desaparecera pelo que esta acontecendo agora. Mas, a menos que as coisas mudem, a floresta um dia se extinguira” Nesse sentido, convém dizer que 700 mil quilômetros quadrados de floresta (área na qual cabem alguns paises da Europa) já estão perdidos para sempre. Representam 10% do total do verde universo úmido. Ainda é tempo de salvar o tanto que resta da floresta. Ainda é tempo: o problema é essencialmente de tempo. Mas nesse caso, a questão é só o TEMPO. “Não importa o tempo que isso vá levar, a questão é simplesmente decidir se se vai continuar a desmatar ou não. Querendo parar, é importante decidir conscientemente, senão o processo será inexorável. Uma questão de tempo.”

Portanto, portanto, portanto... Continua o poeta... Ainda é tempo de confiar na sensatez, mesmo em cima das feridas abertas no imenso e belo corpo da mata. Mas tudo vai depender essencialmente de nós. Do governo e do povo do nosso país. Embora a questão amazônica esteja hoje na boca do mundo: virou motivo de inquietação internacional, Vozes graves, e frívolas também, ergueram uma consigna emocionada: save the rain forest.

Enfim, passou-se a falar em internacionalização da Amazônia. E Aqui efetivamente é onde mora o perigo. Mas disso, iremos falando no decorrer desta comunicação.

A todos, obrigado pela presença.